segunda-feira, 20 de março de 2006

 

Cartões de visita

Nunca gostei de cartões de visita. Não sei se pela frieza do texto ou pelo gélido ato de troca de cartões.
Tenho visto cartões mais modernos com design arrojado, papel laminado, reciclado, plastificado e outros ados. Até criativos, mas continuo não gostando. Isso me leva a crer, que o que realmente não gosto é do ato da troca de cartões: - Toma meu cartão! (lê-se: tenho cartão, logo, sou alguém.)
O que acho mais triste é que, quem recebe, geralmente joga fora. Se não descarta e tenta algum contato, quem deu o cartão geralmente não se lembra.
E quem não tem cartão? Precisa passar pelo constrangimento de não o ter para retribuir um presente não solicitado?

Mas hoje, lendo o blog "
Se correr o bicho pega... Se ficar o bicho come" vi uma opção que me pareceu bacana.
Um cartão de visita no qual a dona enumerava as coisas que gostava de fazer e, entre uma e outra citação, escrevia os dados dela, de cor diferente.
Como a Aninha (dona do blog), fiquei pensando como seria o meu. Como sugerido fiz uma lista das coisas que gosto, mas não achei pertinente colocar isso num cartão de visita. Acho que não gosto mesmo é do tal cartão de visita.

Segue a minha lista:
Pão com azeite e vinho numa manhã de sol.

Escrever na cama usando as costas do meu amor como apoio.
Na noite seguinte, sentir no travesseiro o perfume da mulher amada.
Correr muito, até quase desistir, mas não desistir.
Tomar uma única xícara de café durante uma tarde inteira numa mesa com vista.
Sonhar e me lembrar do sonho.
Cozinhar com uma boa companhia sentada sobre a bancada.
Dirigir numa estrada vazia.
Sentar numa mesa cheia.
Mergulhar na banheira e ficar em apnéia.
Sentar numa pedra e ver o mar como aquário.
Ver o Rafa jogando bola, melhor que jogo da seleção.
Escutar uma gargalhada.
Beijar a lágrima derramada.
Enfiar o pé na areia e me sentir coqueiro.
Ceder o peito para meu amor usar de travesseiro.

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