terça-feira, 9 de maio de 2006

 

"Se você não está confuso, está mal informado!"

Carlos Nader, na Revista Trip 143, me lembrou dessa pichação de muro (para ele, dos anos 70... para mim, dos anos 80). Não importa... mas convenhamos, continua atualíssima.
Que mundo é esse que vivemos? Nós, que somos ávidos por informação (incluo vocês leitores neste grupo por pura falta de modéstia) já começamos a nos sufocar com a avalanche de informações diárias, instantâneas, on-demand, real time.... Ahhhhhhh! Enlouquecedor!
Desde o tempo das aulas de microeconomia com o Prof. Paulo Feitosa e seu discurso sobre
Schumpeter e a inviabilidade da concorrência perfeita, eu sonhava com mecanismos que viabilizariam a democratização de informações, e consequentemente a tal da "concorrência perfeita". Este sonho se estenderia para outras áreas... TV interativa (o filme que quiser, no horário que escolherei), "mobile clipping" (informação selecionada no meio do Parque Municipal), Sistemas de Gestão do Conhecimento (se eu sei, você saberá também), etc...

CUIDADO COM O QUE DESEJAS...
...pois pode passar um anjo e dizer amém! (D. Clotilde Mãe da Irreverência)

De repente, vi meu sonho realizado, mas não da forma esperada. Passou do ponto. O bolo queimou. O copo transbordou.

WindowslivemessengerOrkutTimtorpedosEmailRSSPodcast CookiesSpywaresRádioTelevisãoabertaTelevisãoacaboVejaÉpocaFolhaonline EstadãoonlineLiveupdateNextelVideowallsetcetcetcetcetcetcetc...

Me vejo cercado pela obrigatoriedade do celular, assinaturas de periódicos e sociedades virtuais. Todos sabem onde estou, me localizam como milho em lata de ervilha. E isso tudo para quê? Cadê o conteúdo? Cadê a evolução através da informação? De quê me importa saber o quê você fez na noite passada? Qual meu interesse no novo namorado da Vera Fischer? Não me interessa a ultra promoção da Vivo ou da Tim! Não quero ver suas fotos do verão retrasado! Não quero ter muitos amigos (os poucos que tenho já ocupam muito tempo do meu tão alardeado altruísmo). Não quero ser considerado fã do Tom, Caetano, Arrigo ou Chico... quero escutar! Escutar em bom som estereofônico e não em tons polifônicos (sons polifônicos: que merda é essa? Pela etimologia, parece melhor que estereofônicos, né?)

(pausa para escutar o saxofonista da festinha no prédio tocar "Estácio, Holly Estácio" e mais uma taça de vinho... chique esta festinha... saxofonista bom ao vivo, repertório cult, deve estar rolando fois gras... porquê não fui convidado???)

Pois é, voltando ao tema.... não aguento mais, pedi arrego... quero noites de sono tranquilas, cachaça ao fim de tarde com amigos não-virtuais, chuva no mato pisado, amores privativos e o descanso do guerreiro.

Quero música cantada no chuveiro,
café sem jornal
e um beijo matinal.

Quero televisão como fundo musical
para finalizar um dia trivial.

Quero assistir Flávio Cavalcanti com minha vó
(Nossos comerciais, por favor!)
Quero o vinho e seu torpor,
Quero ficar só!


Comments:
lindo Kiko..tb quero, um silêncio que eu possa usufruir sem culpa, uma desinformação, ah...tempo modernos...
nbeijo
 
Quanta tecnologia...quanta informação...e o vazio aumenta pq as pessoas se distanciam e mudam seus focos. Assim a vida segue, infelizmente.

Bola p frente!
Beijos!!
 
Alguém já te disse que inteligência é afrodisíaco???
Deve ser por isso então!

já escutei vários comentários elogiosos sobre a apresentação de ontem... parabéns pelo sucesso! Estou cada vez mais orgulhosa!

Wet kisses and crab hugs!
 
Ah! Pára vai.
Eu não acho nada disso, é só escolher entre o real e o virtual, é uma delícia cheirinho de jornal, de livro, de cachoeira, de mãe, bobagens com os amigos, buteco na esquina, mas vai falar que a esse negócio virtual não é uma benção? Se tá chato é só fechar, se cansou vai pra outro lugar, é lúdico demais, anárquico demais, sou fã. E com gente chata no mundo real fica mais difícil, né? rsrsrs ... dar um “delete”.
Kisses!
 
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