quarta-feira, 23 de agosto de 2006

 
Dia desses, uma querida amiga pediu algumas sugestões para ciceronear um amigo alemão na sua estada de 03 dias em Belo Horizonte. Aproveitei o pedido para mergulhar num passeio de lembranças pela cidade, um pouco esquecida na minha rotina autômata casa-trabalho-buteco-casa.
Essa cidade que há muito já extrapolou os limites da Contorno, definidos por Aarão Reis ainda guarda na personalidade de seu povo a mineiridade de outrora, imposta pelo curral de montanhas ao redor. Curral Del’Rey de mentes ensimesmadas, de olhares ressabiados, de abraços polidos e palavras cuidadosas.
Cidade tradicional, mas não estagnada. Cidade que só aceita o novo se for bom, de qualidade (fato já sabido por marketeiros que nos usam como mercado piloto).
Cidade que já nasceu nova, planejada, aos moldes de Washington e com os bulevares de Paris. Cidade que rompeu com a monarquia e abraçou a república.

Roteiro Turístico de BH para um amigo alemão.
Esse roteiro foi pensado para ajudar minha amiga na tarefa de ciceronear um alemão em BH, mas vale como exercício para todos os belo-horizontinos. Siga o roteiro e sinta-se um turista na sua cidade. Leve seus filhos junto, é certo que eles passarão a amar mais um pouquinho sua própria cidade.

1) Museu Histórico Abílio Barreto: Única construção remanescente da época do Curral Del Rey, foi sede da Fazenda do Leitão. Fica em local charmoso e arborizado na Avenida Prudente de Moraes. O Museu, além da sede histórica conta com um moderno anexo onde se encontra o Café do Museu, um restaurante delicioso com muito jazz rolando.
Curiosidade: Pare sobre uma das enormes bocas de lobo da Avenida Prudente de Morais e ouça o ruído do Córrego do Leitão. Você sabia que ainda existe um córrego ali debaixo da pista?


Fotos: PBH - Ernest Austen - Ernest Austen - Ressonância Magnética



2) Orla da Pampulha: Esse cartão postal manjado de BH foi revitalizado recentemente. Agora além do complexo criado por JK e Niemayer, a pampulha ainda conta com a melhor pista de cooper da cidade (18 km) e o Parque Ecológico.

Fotos: Carlos Pacífico

Dicas:
Nas manhãs de domingo, sempre tem shows gratuitos bacanas no Museu de Arte Moderna. Namore um pouquinho sentado no gramado atrás do museu.
Leve as crianças no Parque de Diversões Guanabara e curtam o Minhocão. Nada de mega montanhas-russas ou tecnologia de ponta, só o saudosismo dos parques antigos. Preste atenção no menino no pinico dentro do Trem-fantasma.


Fotos: Fernando Porto - Fernando Porto - Denise Schwenck - João Avelino

Almoce no Aurora, uma refeição slow-food com direito à uma trilha sonora inusitada, chuva de pétalas de rosas e quebra de pratos a la Zorba, o grego. Experimente as costeletas com molho de jabuticaba. Combine tudo antes com a Cida: (31)3498-7567



3) Mercado Central: O melhor passeio para gringos em terras belo-horizontinas. Cores, gente, frutas, temperos, cachaças, artesanato, queijos, cheiros, sons. Uma explosão de sensações.
Dicas:
Compre mil temperos na Banca Santo Antônio.
Experimente todas as frutas que você não conhece (abiu, cagaitera, juá de capote, mangostim...). No final do ano é época de lichia.
Tome uma cachaça de Conceição do Mato Dentro (Bento Velho ou Mato Dentro) acompanhada por um delicioso Fígado com Jiló na Chapa no bebe em pé do lado da Peixaria. Fuja do corredor dos butecos e do já famoso Casa Cheia (só têm fama).
Coma uma empada quentinha no Ponto da Empada.
Converse com todos que encontrar pela frente, principalmente com os feirantes. Mil e um “causos” para renovar seu repertório.
Evite a ala dos animais de estimação. Muita crueldade e um odor terrível.


Fotos: Carlos Pacífico


4) Palácio das Artes: Templo da cultura em BH, esse prédio de rara beleza arquitetônica encanta a todos que transitam pela Avenida Afonso Pena.
Dicas:
Passeie pelo foyer prestando atenção nas fotografias, nas curvas da arquitetura, leia sobre a história do Palácio das Artes no painel ao fundo.
Tome um café displicente na cafeteria e coma uma truffa.

Fique atento aos detalhes da fachada.
Visite as exposições sempre bacanas na galeria a direita da entrada principal.

Aproveite para conhecer o Parque Municipal e se tiver fôlego, dê uma volta nos barquinhos a remo. É meio cafona, mas um bom exercício.


Fotos: Júlia Lego - Júlia Lego - Munilds - Carlos Pacífico


5) Rampa de vôo livre da Serra da Moeda: Do alto desta serra que se derrama sobre os campos rupestres na saída para o Rio de Janeiro, você pode avistar a Lagoa do Ingleses, Água Limpa e a cidade de Brumadinho. Paisagem maravilhosa pontilhada pelas cores dos paragliders e asas deltas.
Dicas:
Chegue cedo e reserve uma mesa no restaurante Topo do Mundo. Escolha a mesa redonda de mosaico na varanda (você entenderá porque). Peça uma Caipilima e uma linguicinha de vitela. A comida não é grande coisa, mas vale pelo visual e pelo charme.
Leve uma garrafa de vinho.
Ao entardecer, vá para o estacionamento, ligue o som do carro (baixinho e com uma música tranqüila... nada de funk ou pagodão), abra o vinho e espere pelo pôr-do-sol.

Se der sono, vá para a Estalagem do Mirante, uma pousada espetacular no alto da serra.

Fotos: Júnior Finocchiaro - Júnior Finocchiaro - João Avelino - Divulgação - Divulgação - Divulgação

Comments:
Roteiro PERFEITO... e as fotos entãooooooooo!!!!
AMEI!
( Faltou Lavras Novas, deixa pra próxima)
 
belíssimas fotos de BH!
 
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